JAMES MARTINS

nenhuma poesia

quinta-feira, outubro 19, 2006

um bilhete:

domingo, outubro 15, 2006

“oral: oratório de natal”



foi pq eu te quis para sempre
dentro daquele quarto crescente
daquela lua e daquela noite
feita de escuro e nervura e silêncio
q eu me deixei devorar doidamente
à sua bocarnívora planta aberta
lavada de baba lavando de sede
lambabando de soda soldar-me sugar-me sorver-me
e sorverter-me e sorvetederreter-me
foi pq foi bom q eu deixei-me
à sua leveliqüilactichuposa língua
sua língualambelongalambelenta
lépidalambabantelínguarisca
foi ali q eu pau afoguei-me
na sua boca de peixe obsceno
q cujo morno mar fosse por dentro
afoguei-me: no seu agüento no seu ungüento
caído de mais duro comido com coentro
minando melhor mel meu mil mais do centro
q à sua boca rega escorrega escorre
engasga escorrengasga q à sua boca rasga
chove chuva cai como uma luva
só o contorno só a cabeça só o corpo todo
fazer q a rosa rubra suba e desça
deixei pq foi fogostoso
o choque epléptrico o calypso nervoso
na espaleta o leit’espasmo condensando
a fruta flor do sonsorriso seu se abrindo
dentro p’ra sempre daquele quarto crescente
em q eu te mantive para sempre
a ilha para mim é um mistério
com o seu céu preto (seus olhos) seus silêncios
...