JAMES MARTINS

nenhuma poesia

terça-feira, março 26, 2013

Vamos acabar de uma vez com a cobrança de 10% em bares e restaurantes

Taí um modo de extorsão velada cuja extinção se faz necessária e urgente: a taxa (supostamente) opcional de 10% em bares e restaurantes. Não estou falando em proibir o rateio entre os demais funcionários, como ocorreu recentemente. Não. Estou pedindo a PROIBIÇÃO imediata da cobrança. Cadê os advogados sérios deste país? Os motivos são óbvios, perdoem-me repeti-los. O fato de vir um valor pré-estabelecido, já somado ao final da conta, confere um caráter indutivo (e até mesmo extorsivo) à taxa. O que era opcional torna-se praticamente obrigatório e inclusive gera muita confusão. Senão vejamos: meu amigo Elton Magalhães conta que, em um bar no Porto da Barra, o garçom que o atendera pessimamente ficou super aborrecido quando ele o informou que não pagaria a taxa de 10% pelo serviço. Cara feia, resmungos, etc. De outra vez no mesmo lugar, prevenido, o garçom já informou o valor da cerveja 10% mais caro! É isso. E os exemplos são muitos. Em Mar Grande há uma barraca na praia (lá ainda tem barracas) que é excelente, comidinha boa, bebida gelada, atendimento eficaz. Só que no rodapé do cardápio está impresso: “taxa de serviço 10% do valor da conta”. E nem arrisque o papo de opcional que não cola. A instituição de um valor fixo para gorjeta é um evidente desvirtuamento do próprio conceito de gorjeta, uma aberração que colabora com o péssimo nível dos nossos atendimentos. Gorjeta é outra coisa. Se sou bem atendido, agradado, retribuo com um agrado ao garçom. Senão, não. E se não quero ou não posso dar nada além do valor consumido, fica pra próxima. Sem que eu tenha de passar pelo constrangimento de (em alguns casos) pedir para retirar o valor arbitrariamente acrescido. Afinal profissionais ganham salário. Eu mesmo já paguei várias vezes só por vergonha de dizer não. E afinal, quem decidiu que tem que ser 10% e não 20% ou 3% ou 15%?

Lelê, minha mulher, tem um palpite. Como as operadoras de cartão de crédito e débito cobram 10% do valor da conta aos estabelecimentos a cada operação na maquininha, eles resolveram repassar os gastos. Faz sentido. Contudo, essa conta não é minha. E afinal (repetindo) profissionais ganham salário e os donos mais ainda. Porque eu não pago 10% à garçonete do McDonald’s que ganha uma miséria? Porque não se paga 10% ao vendedor de sapatos ou ao sorveteiro? Imagine: - Quanto é o sapato? – Cinquenta reais. – Vou levar. Vem a nota fiscal: R$ 55 (R$ 50 – produto + R$ 5 opcional). Me faça uma garapa! Se o taxista for gentil tem direito a 10% do valor do taxímetro? Mas este último exemplo tem um defeito: os garçons te cobram os 10% se te tratarem bem ou a pontapés. Já me aconteceu inúmeras vezes. Repito: gorjeta é outra coisa. Inclusive, bares e restaurantes que não cobram 10% têm (não raro) atendimento melhor. É assim no Porto do Moreira (Largo do Mocambinho, 488). E, com isso, muita vez as gorjetas ultrapassam os 10% estabelecidos. Mesmo assim, alguns garçons, quando vêm trazer a conta no Moreira dizem: - “Só não tem os 10% do amigo”. É a força do hábito. Pois é preciso proibir que os ‘10% do amigo’ venham somados ao consumo. Por que todo produto de um bar seria 10% mais caro? Além do mais, falcatrua puxa falcatrua. Se a gorjeta você entrega no bolso do garçom, os 10% muitas vezes nem sequer chegam lá. Dia desses aqui no Santo Antonio Além do Carmo a menina que me cobrou a conta disse, sobre a taxa: - “Não pague não que não repassam mesmo”! (Porém, este não é o problema maior, mas apenas um dos aspectos do problema que a não proibição da cobrança permite e potencializa). Esse negócio de 10% não faz o menor sentido, é um golpe, uma aberração. Estou contando com os advogados para solicitar a quem de direito a proibição da taxa. Dou 10% dos rendimentos deste artigo. Não preciso nem contar nos dedos.

1 Comentários:

Às 8:07 AM , Blogger Sara disse...

Acho que devemos acabar com isso, porque isso é parte do dinheiro ganho pelos garçons servindo-nos, espero que deixar essas dicas quando vamos a comer um poco a restaurantes em sp

 

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